A urna eletrônica brasileira é um microcomputador para coleta e apuração de votos da primeira geração, do tipo DRE (de Direct Recording Electronic voting machine), caracterizada pela gravação eletrônica direta sem impressão do voto para conferência do eleitor.
Em 1996 e em 1997, o TSE - Tribunal Superior Eleitoral - lançou, respectivamente, o primeiro e o segundo edital com especificações para o desenvolvimento e produção de urnas eletrônicas, visando a informatização das eleições em capitais e cidades brasileiras. A Procomp Indústria Eletro-eletrônica - atual Diebold, líder em automação bancária no Brasil, contratou a Fundação CERTI como parceira tecnológica do projeto para concorrer ao edital de 1996 e 1997. A CERTI, ampliando seu processo de desenvolvimento rápido de produtos, executou o projeto mecânico da urna eletrônica, além de contribuir no desenvolvimento do hardware (HD) eletrônico, do software (SW) de apoio e nos testes do produto (HW, SW e embalagem). A solução da urna Diebold apresentou as características de pouco mais de 8kg de peso, teclado numérico, pequeno monitor de cristal líquido e autonomia de 12 horas de funcionamento sem energia externa. Em 2000, as urnas receberam ainda um dispositivo de áudio através do qual, usando fones de ouvido, deficientes visuais passaram a ter condições de ouvir a confirmação dos números digitados no teclado, que também contava com identificação em braile.
O projeto da Diebold em parceria com a CERTI ficou em segundo lugar em 1996 e venceu o edital de 1997. A partir de então, a Diebold passou a fabricar 90 mil urnas novas para as eleições de 1998 e a atualizar as 78 mil urnas já existentes. A Diebold também venceu a licitação para produção e fornecimento de 190 mil urnas eletrônicas para as eleições de 2000, contanto com a CERTI para estruturação, operacionalização e acompanhamento do processo de garantia da qualidade. As urnas foram desenvolvidas para serem usadas em todo o Brasil, estando preparadas para enfrentar o frio do sul, o calor e a umidade do Amazonas e os sacolejos do transporte para as localidades mais remotas do país. A urna eletrônica brasileira modelo UE2000 foi a protagonista da maior eleição digital realizada no mundo.
Com base na PDE (Política de Desenvolvimento Estanque) e no princípio da segurança por obscurantismo, o TSE determina que apenas o código fonte do aplicativo de votação fique disponível para auditoria, pois o conhecimento de informações sobre as outras camadas poderia comprometer a segurança da urna. Além disso, a adoção da PDE inviabilizaria a ocorrência de fraudes nessas outras camadas. A não divulgação dos códigos fontes do sistema também se justificaria, na visão do TSE, pelo fato de que sistema operacional e bibliotecas de criptografia estariam protegidos por leis de direito autoral, uma vez que não são de propriedade intelectual do Tribunal.
Referências: http://pt.wikipedia.org/wiki/Urna_eletr%C3%B4nica_brasileira
http://www.cic.unb.br/~pedro/trabs/urna_sd1_02.htm
http://www.certi.org.br/projetos-inovadores/urna-eletronica-brasileira-procomp.html